Na América do Sul, o Chile e a Argentina são os destaques, enquanto países do Oriente Médio reforçam pedidos e com bons resultados na Europa, a fabricante sueca direciona mais volume para a produção brasileira
Desde 2014, quando avistou o desaquecimento no
mercado brasileiro, a Scania se voltou às exportações. “Como temos um produto
global e fábricas padronizadas em todo o mundo foi possível direcionar nosso
volume para atender a demanda de outros países”, conta Marcelo Gallão,
vice-presidente de Logística da Scania Latin America. “O aumento de pedidos na
Europa também colaborou para que trouxéssemos novos clientes externos para a
produção de São Bernardo do Campo e agora, esse cenário permitiu a contratação
de colaboradores, aproximadamente 500”, diz o executivo.
Historicamente, o mercado interno representava
70% da produção na planta do ABC, 30% eram destinados para exportação, “Essa
proporção foi invertida. Mas os níveis não correspondem aos mesmos, quando por
exemplo, em 2013, o Brasil bateu recorde de emplacamentos no País”, afirma
Marcelo. Apesar de os volumes não serem equivalentes, foi graças a
flexibilidade do seu sistema de produção que a fabricante sueca atravessou a
crise e hoje atende cerca de 30 países na América Latina, Oriente Médio, África
e Ásia.
“Esse direcionamento externo também nos coloca
desafios. Pela primeira vez, por exemplo, vamos exportar cabinas para a nossa
fábrica na Holanda, onde o caminhão será montado”, conta o vice-presidente de
Logística da Scania Latin America. Além de todo o cuidado com a qualidade do
produto, a maior preocupação é a garantia do tempo para entrega do veículo para
o cliente final. “Temos uma Organização preparada, bem estruturada e
desenvolvida para atender às exportações, mas esse é o tipo de atividade que
tem uma interdependência muito grande com infraestrutura e processos externos,
o que exige que o Brasil também esteja atendo e garanta a previsibilidade e a
celeridade de seus trâmites”, ressalta Marcelo.
Segundo o executivo da Scania, as contratações
serão, na sua maior parte, para o trabalho na fábrica e estão ligadas
diretamente ao volume nos mercados externos. “Esperamos ter os novos colaboradores
até o final de maio e para atender a demanda vamos também aumentar os turnos de
produção”, diz.
Investimento – Para manter a fábrica de São
Bernardo do Campo (SP) um espelho da linha de produção da Scania na Suécia
(sede do Grupo) e replicar o padrão global é preciso garantir investimento
constante na atualização do parque industrial do ABC paulista. “Recentemente
anunciamos o aporte de R$ 2,6 bilhões na operação brasileira até 2020. Isso faz
com que subsidiária tenha uma linha global de produtos para exportar a todos os
mercados onde a Scania está presente no mundo - inclusive os mais exigentes.
Nos últimos anos fomos, por exemplo, acionados para exportar a países como
Rússia, Irã, Malásia e Índia - antes atendidos por linhas da matriz, que agora
estão sobrecarregadas”, conta Marcelo Gallão.
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