Segundo a Cargil, o preço da tabela é altíssimo
Texto de Érico Pimenta. Editor-Chefe do Midia Truck Brasil
A Cargill, multinacional com sede no estado de Minnesota, EUA, disse que o tabelamento do frete rodoviário vai inviabilizará a comercialização antecipada de grãos e está avaliando investir em uma frota própria de caminhões: “Uma alternativa a essa fixação de preços altíssimos que a empresa analisa para a próxima safra é o investimento na verticalização das operações, ou seja, aquisição de frota própria de caminhões e contratação de motoristas”, disse a trading em nota.
A Cargill ainda afirma que as compras de serviços de transporte sempre ocorreram com base na oferta e na procura e agricultores, indústrias e exportadores se basearam na análise desses parâmetros para definir seu modelo operacional. “Com o tabelamento, indústrias e exportadores terão que repensar a forma como irão operar no Brasil, pois cria-se uma ruptura no funcionamento natural da cadeia de suprimentos e desequilibra os contratos, a ponto de comprometer a confiança na expansão sustentável do agronegócio”, enfatiza o diretor de grãos e processamento da Cargill para América Latina, Paulo Sousa.
Ainda segundo Paulo, industrias de
processamento de produtos agrícolas e empresas exportadoras serão forçadas a
mudar o seu modelo de atuação: em vez de comprar grãos com retirada nas
fazendas ou nos armazéns no interior, serão forçadas a adquiri-los somente com
entrega nas fábricas e nos portos. “Desta
forma se reduz o risco ao máximo, permitindo a utilização de frota própria nas
rotas de alta eficiência entre fábricas e portos, maximizando o uso das
hidrovias ou ferrovias – as quais são mais eficiente e agora se tornam
juridicamente muito mais seguras”.
Ainda para a Cargill, “o tabelamento de frete é um atraso ao modelo econômico-social
brasileiro e traz enormes impactos financeiros para a população que mais
necessita de alimentos. É um desrespeito aos grandes avanços e ganhos de eficiência
e produtividade promovidos pelo agronegócio brasileiro, dentro e fora das
propriedades rurais”.
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