Governo deve retirar a restrição em 2021
Texto de Érico Rafael
Pimenta. Editor-chefe do Midia Truck Brasil
Quando falamos em Rússia, podemos lembrar de
vodka, frio é até mesmo aqueles compilados de vídeos de acidentes que são bem
famosos no Youtube, porém entre as coisas “diferentes ou estranhas” que existem
na Rússia, temos uma lista com 456 tipos de trabalhos de 30 setores diferentes que as mulheres simplesmente não pode exercer, entre elas a de motorista de
caminhões ou de ônibus que tenha mais do que 14 lugares.
As limitações foram introduzidas para proteger
as condições e integridade das mulheres e não expô-las a perigos, porém essa lista com
restrições deve ser abolida em 2021.
Com a abolição de tal “lista” as mulheres
podem trabalhar com caminhões em operações de pequenas e longas distancias.
Para os representantes da indústria de transportes russa a noticia soa com
bastante entusiamos, porém vale se lembrar que na Europa como um todo a taxa de
mulheres caminhoneiras e baixa, é a Europa vive o inicio de uma crise na falta
de motoristas.
Caminhoneiras ao redor do
mundo
Predominadamente
masculina, a profissão de motorista de caminhão vem recebendo cada vez mais
mulheres, o que é algo extremamente positivo, porém esse crescimento se dá de
forma lenta.
Segundo
os dados da American Transportation Research Institute (ATRI) em 2017 os
Estados Unidos da America contava com 7,89% de caminhoneiras. Outro dado
levantado pelo ATRI é de que as mulheres tem 20% a menos de chances de
se envolver em um acidente quando comparadas aos motoristas do sexo
masculino, segundo o ATRI isso ocorre pelo fato que as mulheres dirigem com
mais atenção e não tem comportamento agressivo no transito, como furar um sinal
vermelho ou andar acima do limite de velocidade.
Em alguns países, como a Austrália, as fabricantes de caminhões tem incentivado o ingresso de mulheres no setor de transporte e logística. A Scania no mês internacional das mulheres convidou jovens mulheres estudantes de uma escola de ensino médio para conhecer as suas instalações e ter um contato não apenas com os caminhões fabricados por ela, mas com o sistema de transporte como um todo, assim despertando o interesse das mulheres para este setor.
A Volvo Trucks Austrália por exemplo patrocina a Pilbara Heavy Haulage Girls deste 2016 e neste ano entregou um Volvo FH 16 rosa que será usado para o treinamento de mulheres caminhoneiras. Nos últimos três anos a Pilbra Heavy já deu treinamento para 60 mulheres caminhoneiras.
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Tony O'Connell e Heather Jones e na entrega do modelo para a Pilbara. Reprodução Volvo Trucks |
Caminhoneiras
na América Latina
Na nossa vizinha, Argentina, o número de caminhoneiras é bem baixo ficando em apenas 0,7% de presença, porém, com o intuito de chamarem mais mulheres para o setor, a Scania junto a FADEEAC/FPT lançaram um programa de treinamento exclusivo para mulheres. O lançamento ainda contou com a presença da caminhoneira Virginia Melchor, que é a primeira mulher a trabalhar/dirigir um conjunto do tipo Bi-trem na Argentina.
No Brasil a emissão de carteiras de motoristas
para caminhões e carretas para mulheres ainda é baixa. Dados do Ministério das
Cidades do mês de abril de 2018 mostrava que das 2.3 milhões de pessoas
habilitadas a dirigir caminhões e carretas, o total de mulheres era pouco mais
de 153.8 mil mulheres, o que corresponde a 7% apenas.
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Emissão de carteiras de motoristas para caminhões e carretas. Dados do Ministério das Cidades. Arte Universa |
É difícil apontar apenas um motivo que não
torne a profissão atrativas para as mulheres, na verdade os caminhoneiros de
forma geral sofrem com a falta de infraestrutura, seja inicialmente as rodovias
de péssima qualidade até a falta de pontos de apoio ou paradas, que neste caso
é mais agravante para as mulheres. A caminhoneira Sandra Maria Dias da Silva
comentou em reportagem ao Universa em 2018 sobre a falta de ponto de apoios
apropriados. "Se chego sozinha num
posto em que só tem chuveiro no banheiro dos homens, peço para algum colega
ficar na porta para avisar os outros".
Tupiara A. Scortegagna, Master Driver Scania e
que atua na concessionaria Cavese conhece bem os desafios do mercado. Tupiara
que é Pós graduada em Gestão do trânsito
pela Unisul, realiza treinamentos para motoristas contribuindo com a formação
profissional dos mesmo, com isso ela conhece bem a predominância masculina no setor,
mas tem grande entusiamo com o crescente presença de mulheres no setor de
transporte, principalmente como motoristas carreteiras.
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Tupiara A. Scortegagna Atua como Master Drive na Scania. Foto Marcos Campos, reprodução mediante a aprovação |
“Atrás do volante existe uma condutora “dona
do próprio destino”, que aceita desafios conquistando espaços e liberdade
financeira, para realizar seus sonhos de vida. Ser uma motorista mulher é uma
forma de contribuir para uma sociedade igualitária e justa” comenta
Tupiara.
Nota: Durante o lançamento da nova geração de
caminhões Scania em 2018, a montadora realizou um test-drive na Base Aérea de
Santos no qual Tupiara A. Scortegagna foi uma das motoristas responsável em
apresentar o Test-Drive aos jornalistas e demais convidados.
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