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Foto: Acervo Midia Truck Brasil |
Medida adotada pelo governo Temer para dar fim
à greve dos caminhoneiros em 2018 é considerada inconstitucional pelo setor
(Via AGORA VALE) Existem muitos assuntos que
são caros para quem atua no transporte e escoamento de mercadorias, como é o
caso do controle e da integração logística. Mas alguns pontos centrais da
política de preços preocupam ainda mais quem participa desse tipo de atividade.
O principal assunto em voga é a tabela de frete da Agência Nacional de
Transportes Terrestres (ANTT).
A tabela
do frete mínimo, anunciada no ano passado para acalmar os ânimos entre os
caminhoneiros e encerrar a greve, é considerada inconstitucional pelo
presidente da Associação Brasileira de Operadores Logísticos (Abol), César
Meireles. Algumas ações foram enviadas ao Supremo Tribunal Federal (STF), mas o
tema ainda não entrou em pauta e não há previsão para que ele seja apreciado
pelos ministros.
"Nós
temos esse assunto em três poderes. O Legislativo não tem enfrentado. O
Executivo, por meio do ministro Tarcísio (da Infraestrutura), com muita
responsabilidade e clareza, vem se posicionando contrário ao assunto e
argumentando sobre a sua insustentabilidade. Mas, para a pasta, é difícil tomar
uma decisão definitiva", disse o representante dos operadores
logísticos.
O setor
também está atento aos preços do barril de petróleo, uma vez que o combustível
representa de 40% a 60% do custo do frete. Os operadores logísticos, nesse
sentido, são contrários a uma política intervencionista e acreditam que o
mercado deve ser soberano, com vistas ao respeito da lei da oferta e demanda.
Aumento no valor do frete repassado ao
consumidor
A tabela
de frete adotada pelo governo Temer no ano passado fez com que o custo médio do
transporte de carga subisse, em média, 11%, de acordo com pesquisa divulgada
pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Para fazer o cálculo, levou-se
em conta os valores apurados em agosto de 2019, em comparação com os preços
adotados antes da medida entrar em vigor. O aumento de custo não foi absorvido
pelas empresas, e sim repassado aos consumidores, com um reajuste médio de 5%.
Há,
segundo a CNI, uma grande diferença nos valores reportados pelas empresas. Isso
decorre do fato de cada produto transportado, distância percorrida e da
necessidade de pagamento de frete de retorno. Segundo o levantamento, 18% das
companhias disseram que o preço do frete se manteve inalterado com a tabela,
enquanto 47% revelaram aumento de até 15% e 24% apontaram aumentos superiores a
15%.
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