Os dados estão alinhados com as metas da Década
de Ações para a Segurança Viária
(Agência PRF) Em 2010, a Organização Mundial de
Saúde (OMS), endossada pela Organização das Nações Unidas (ONU), recomendou a
criação de uma campanha mundial pela redução dos acidentes de trânsito. E foi
assim que nasceu a Década de Ações para a Segurança Viária. O objetivo
estabelecido foi o de reduzir, dentro do período entre 2011 e 2020, o número de
acidentes e vítimas em todo o mundo. E a Polícia Rodoviária Federal (PRF)
abraçou a causa como representante do governo federal no âmbito das rodovias
federais. Melhor ainda, tem conseguido atingir os objetivos da campanha.
Os
números dizem muito – A partir do ano de 2011 ficou fácil perceber o declínio
nos índices de acidentes nas rodovias federais que cortam todo o país. Não
foram só os acidentes, mas, principalmente, o número de vítimas vem
despencando. Há um dado que preocupa muito mais que o total de acidentes
registrados no país; a soma de vítimas mortas. E este fator tem caído de
maneira expressiva também. No início da década, mais precisamente em 2011, o
total de mortos computados nas rodovias federais brasileiras chegou a 8.675.
Passados oito anos, o número de óbitos caiu para 3.568, até a metade de
setembro de 2019. Desde o dia 15 de agosto último que a PRF não está mais
utilizando os seus radares portáteis. A partir daí, surgiram dados
interessantes. Quando comparamos os trinta dias seguintes à suspensão do uso
dos equipamentos com o mesmo período do ano anterior, constata-se que o número
de mortos e acidentes graves reduziu. O total de óbitos caiu de 488 para 395, o
que representa queda de 19%. Quando o assunto é acidentes graves, que são
aqueles em que há o registro de, pelo menos, uma vítima com ferimentos graves
ou óbito, percebe-se que também houve decréscimo. A PRF registrou, entre 15 de
agosto a 15 de setembro de 2019, 1.552 acidentes graves. Já no mesmo período de
2018, foram anotadas 1.561 ocorrências. O fenômeno foi o mesmo para o total de
feridos, que oscilou de 6.796, no ano passado, para 6.628, em 2019.
Vencendo
a guerra – Caso o total de acidentes e vítimas acompanhasse o crescimento da
frota nacional de veículos, estaríamos passando por uma situação muito mais
grave no cenário brasileiro. Este fato é bastante curioso. Pouca gente tem a
real noção do tamanho da frota que circula atualmente no país. Esta passou de
65 milhões, lá em 2011, para cerca de 100 milhões nos dias atuais. São 35
milhões de veículos a mais circulando por aí em pouco mais de sete anos. E,
ora; quanto mais carros circulando, mais acidentes, feridos e mortos; pelo
menos, é assim que a maioria das pessoas tendem a pensar. Só que as
estatísticas apresentadas anteriormente contrariam, felizmente, essa lógica.
Por isso, a redução de acidentes e vítimas ganha muito mais importância quando
fazemos esta comparação entre a frota de veículos circulante e os resultados
obtidos. Ainda não dá para comemorar, mas, estamos no caminho certo. Resta
continuarmos atuando de maneira incisiva nos pontos mais críticos de nossas
rodovias e, ao mesmo tempo, lutando pela transformação do comportamento
brasileiro nos seus mais diversos papéis no trânsito brasileiro, seja como
motorista, motociclista, ciclista ou pedestre.
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