Ainda sim, vendas de caminhões novos tem aumentado. Foto: Volvo Trucks |
Aumento do preço dos caminhões e das peças de reposição dificulta a gestão de frota das empresas de transporte e dos operadores logísticos
Segundo dados da Agência AutoData, os caminhões apresentaram uma alta
de 10% nos preços desde o início de 2020. A situação representa um desafio
para as empresas que buscam a renovação de frotas de suas empresas.
Uma das saídas encontradas pelos transportadores é a manutenção dos
caminhões a fim de aumentar sua vida útil. Entretanto, segundo dados da
Rodofort, fabricante de implementos rodoviários, o preço do aço subiu 80%
somente em março deste ano, impactando as vendas com uma baixa de 8,38%.
Dessa forma, torna-se necessário extrair o máximo possível dos caminhões e,
somente se necessário, comprar novos modelos.
Marcel Zorzin, diretor operacional da Zorzin Logística, explica que é
essencial encontrar um ponto de equilíbrio entre manter um veículo antigo e
comprar um novo. “Fazemos uma conta em que, no caso de caminhões mais velhos, dobramos a
quilometragem e aumentamos o investimento nele em vez de comprar um carro
novo.”
Ele também explica que os gastos são impulsionados por despesas
indiretas, como o socorro mecânico, o guincho, o retorno do motorista, sem
contar nos desperdícios de recursos por causa de paradas e de mão de obra.
Na opinião de Marcel, essa é uma das etapas do processo que mais trazem
prejuízos para as empresas. O caro da manutenção chama-se trem de força, que
é o motor, o câmbio e o diferencial.
Além disso, para a diminuição do problema, certos pontos que vêm junto
dos veículos novos são observados na compra, como a parte elétrica, o
chicote do caminhão e o custo de remuneração de capital investido em um
carro zero. Além disso, é importante ver que alguns embarcadores aceitam
caminhões com até 10 anos de idade. Se o veículo estiver perto dessa data
limite, a troca é praticamente obrigatória.
Dentro da sua empresa, Marcel implementou um sistema que mudou toda a
composição dos caminhões da empresa. “Há três anos implementamos um projeto em que os nossos caminhões possuem
uma média de cinco anos para veículos ‘trator’, que têm a mesma faixa etária”.
Entretanto, segundo o diretor operacional da Zorzin Logística, a
manutenção ainda é a melhor escolha: são necessários R$ 30 mil para arrumar
um motor, mas um caminhão novo custa cerca R$ 500 mil. E com um mercado tão
volátil, com um medo implícito da volta da pandemia e com a instabilidade do
ano de eleições, ele vê que agora não é uma boa ideia com a qual se
comprometer.
“Falo que é melhor fazer a manutenção e utilizar o caminhão por mais dois
ou três anos, até ver quando o mercado vai se acertar, ou se o frete
conseguirá absorver o custo do aumento dos veículos, porque até agora não
conseguiu”, conclui Marcel.