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| Iveco Powerstar que será usado no Dakar 2023. Divulgação: Boss Macheriny De Rooy Iveco |
Mesmo sendo um modelo “fora de linha” o Powerstar ainda faz história
Entre os dias 31 de dezembro a 15 de janeiro de 2023, vai acontecer a 45a edição do Rally Dakar, e entre as categorias que disputam o Rally, os caminhões estão presente mais uma vez, e claro, quem não poderia ficar de fora era a Iveco com o seu bicudo Powerstar, claro que em uma versão preparada especialmente para a competição, porém, de onde e quando surgiu o Powerstar?
Australiano, com ajuda dos hermanos
Desenvolvido nos anos 90, o Powerstar era uma continuidade da linha ANW, modelos esse bicudos desenvolvidos juntos a Magirus e oferecido para aplicações específicas até o início dos anos 1990, e curiosamente, apesar do ANW ter ficado mais ao mercado europeu, o Powerstar nasceu com um time de engenharia da Austrália com ajuda da Iveco Argentina, essa que até então era que digamos, responsável pelo mercado latino americano da montadora. Com o desenvolvimento usando como base o EuroTech 450E37, o modelo só foi chegar ao Brasil nos anos 2000, e em poucas unidades, na verdade se acredita que apenas 121 unidades foram destinadas ao mercado nacional, porém, estranhamente, é até fácil achar um ou outro à venda por aí.
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| Iveco Magirus ANW 330-30. Divulgação: Iveco |
Infelizmente, apesar de suas boas qualidades, o Powerstar chegou tarde no Brasil, já que no início dos anos 2000 o novo século começava com o declínio dos modelos bicudos no Brasil, onde as principais montadoras já estavam focando suas vendas e estratégias em modelos frontais.
Se no Brasil, o modelo teve apenas uma geração, sendo a sua primeira de estreia, no mercado australiano, o modelo encontrou o seu lar, na verdade, como filho de australianos, ele estava em casa.
A segunda é desconhecida geração, no qual era um facelift da primeira geração, que chegou no mercado no início também dos anos 2000, fez uma troca do driveline americano por um próprio, ou seja, a série de motores Cursor da FPT Industrial, porém com um mercado acostumado a modelos americanos e o seu jeito de vender, as vendas desta segunda geração não foram bem como era esperado, chegando a ter versões com driveline americanos, mas para a terceira geração, algumas mudanças iam ser feitas.
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| Segunda geração do Powerstar tentou um folego ao ofertar novos motores. Divulgação Iveco |
Em sua terceira geração, é uma das últimas, o modelo começou a ser ofertado em duas versões, 6400 com motor FPT de 450, 500 ou 560 cavalos e na versão 7200 com motor Cummins ISX.
Além desta terceira geração, atenta às necessidades locais do seu mercado, a Iveco Austrália ainda apresentou em 2012 o modelo 7800, esse que era um modelo australiano, de design italiano e com driveline americano. “Trem de força americano, conforto europeu é desenhado e construído para a Austrália” frase essa que era o seu slogan e ele realmente era essa mistura que fazia sucesso.
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| Iveco Powerstar 7800 desenvolvido especialmente para aplicações ROAD TRAIN. Divulgação Iveco |
O modelo podia ser equipado com três motores diferentes, ambos Cummins, sendo eles:
Cummins ISX 550 HP e 1.850 lb ft de torque,
Cummins ISX 600 HP e 1.850 lb ft de torque,
Cummins SIGNATURE 600 HP e 2.050 lb ft de torque.
Ainda falando do trem de força, o PowerStar era equipado com uma caixa Eaton Roadranger RTLO-20918B 18 de velocidades manual. Os eixos traseiros eram fabricados pela Meritor modelo RT52-185 com capacidade para 20.9 toneladas e com suspensão Iveco “Cantilever” com capacidade de 22 toneladas.
Para percorrer grandes distâncias, o modelo era equipado com 4 tanques de 450 litros cada um, somando 1.800 litros. Na parte elétrica o PowerStar contava com 4 baterias de 620 amperes com alimentação de 24 volts.
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| Interior do Powerstar 7800. Divulgação Iveco |
Já na parte de interior o modelo adotou o interior do Hi-way a partir de 2013 porém com algumas diferenças essas que ficam na parte do console central. O PowerStar também contava com alguns manômetros a mais em cima do painel. A cabine do modelo foi desenvolvida para concorrer diretamente com os modelos americanos oferecidos no mercado, ela contava com cama grande, armários, TV de tela plana de série e sistema para TV/DVD já de fábrica e geladeira.
Fim da Linha
Como é de conhecimento, a Iveco Austrália é dona da marca de caminhões International, apenas na Austrália, já no resto do mundo ela segue como de propriedade da Navistar, que agora faz parte do grupo Traton, entretanto, para o ano de 2017, a montadora anunciou o retorno dos modelos ao mercado, inicialmente sendo o ProStar, com isso já pairava uma dúvida sobre a continuidade da linha Powerstar. O ProStar e o Powerstar iam concorrer entre si? Bom, a resposta veio já no ano seguinte. No primeiro semestre de 2018 a Iveco anunciou o encerramento do modelo 7800, que havia chegado em 2018, entretanto a montadora mencionava que os seus "irmãos" menores, o 6400 e 7200 ainda poderiam ser encomendados é de fato, suas páginas estavam ativa nos site da montadora na época.
No final daquele mesmo ano, ou seja, 2018, os modelos foram retirados do site, e na época, quando o Portal Midia Truck Brasil entrou em contato com a montadora, foi confirmado que a linha Powerstar havia sido retirada do portfólio da montadora na Austrália e Nova Zelândia, os únicos dois mercados onde o modelo ainda era ofertado.
Vale lembrar que o retorno da marca International não vingou no mercado australiano e atualmente a montadora Iveco mantém apenas a linha de caminhão Iveco mesmo por lá.
A Sobre vida no Dakar
Em 2011, o então jovem piloto holandes, Gerard De Rooy, no qual de 2002 a 2009 correu com caminhões da DAF, entrou no Rally Dakar de 2011 com uma novidade, agora ele pilotaria um Iveco Powerstar, na verdade era um Powerstar EVV e claro, o modelo era 100% preparado para a competição, mantendo apenas traços de seu interior e exterior, mas todo o resto era diferente.
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| Iveco Powerstar no Dakar. Primeira versão do modelo não foi bem, mas... Divlugação: De Rooy |
A mudança logo começou a dar seus frutos já que com a estreia com o novo caminhão, Gerard não completou o rally e nem sequer terminou. Sim, mas como assim deu frutos? Apesar do "trágico" resultado de estreia, no ano seguinte, em 2012 Gerard conquistou 5 estágios do Dakar e foi campeão do Rally Dakar na categoria caminhões com o Powerstar. Vale lembrar que desde que começou a competir em 2002, em 2012 foi o seu primeiro título. Em 2014 ele terminou em segundo lugar e em 2016 ele venceu novamente o Dakar com o Powerstar.
Com o sucesso do Powerstar, já que com o modelo, Gerard sempre terminou entre os 10 primeiros, outras equipes além da De Rooy começaram a usar o modelo, e para o Dakar de 2023 nada mais, nada menos que 9 Powerstar vão competir, sendo esses:
*As colunas em roxo representa as equipes patrocinadas oficialmente pela IVECO
