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Apensar dos desafios, as mulheres tem demostrado cada vez mais interesse na profissão. Foto: Diego Petri - Grupo Potencial |
A cada ano, cresce número de mulheres que tiram habilitação para dirigir veículos pesados; Grupo Potencial busca contribuir para essa mudança e pretende ampliar contratações
Elas são mais cuidadosas e estão ganhando cada vez mais espaço em
profissões que já foram predominantemente masculinas. Há três anos, as
primeiras mulheres começaram a dirigir caminhões para o Grupo Potencial, uma
das maiores distribuidoras de combustíveis e logística integrada do Sul do
Brasil. Hoje, quatro mulheres fazem parte da operação na empresa, e a intenção
é ampliar a participação feminina na equipe, o que reflete a tendência das
oportunidades em crescimento.
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Em 2022, segundo dados do setor compilados pela Confederação Nacional do
Transporte (CNT), as motoristas representavam 3,4% dos habilitados para
dirigir veículos pesados no país. Em 2024 elas já somavam 6,5%, o que
corresponde a cerca de 182 mil mulheres com habilitação para dirigir caminhões
e carretas no Brasil, de acordo com a Secretaria Nacional de Trânsito
(Senatran).
O número poderia ser ainda maior se houvesse mais segurança e estrutura
para elas nas estradas. Essa falta de condições faz com que poucas mulheres
atuem como caminhoneiras, embora muitas sonhem com isso. A baixa presença de
mulheres com experiência no mercado também é um desafio para ampliar as
contratações no Grupo Potencial.
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Muitas mulheres tem uma nova oportunidade de vida na profissão. Foto: Diego Petri - Grupo Potencial |
Amor pela estrada, apesar dos obstáculos
Para a ex-atendente de farmácia Josiane de Freitas Cabral, 30 anos, uma
das motoristas do Grupo Potencial, a maior parte das paradas nas estradas não
está preparada para atender a esse público feminino. Ainda assim, ela não
desencoraja outras mulheres a seguirem seus sonhos. “Independentemente da dificuldade, o caminhão proporciona muita liberdade.
Se a profissão for seguida com amor, tudo vai dar certo”, diz.
Foi esse sentimento que fez sua colega Lucélia da Silva Teixeira, de 40
anos, deixar de ser motorista de ônibus no transporte público de Curitiba
depois de 10 anos para pegar a estrada. Ela conta que buscou se aperfeiçoar e
já faz dois anos que trabalha com o transporte rodoviário. “Eu amo tanto o que faço, que até mesmo as dificuldades se tornam boas:
uma rota desconhecida, um lugar não muito bom para parar para banho e
pernoite, tudo nos faz aprender e melhorar com o tempo”, reconhece.
Oportunidade de recomeço
Para muitas mulheres, começar a dirigir caminhão também é uma forma de
recomeçar a vida profissional, enfrentando desafios com coragem e paixão pela
estrada. A dificuldade e o novo também não assustam Deize Cristina Weiler, de
50 anos, na profissão há cinco. Ela, que já foi costureira, cozinheira, babá,
caixa de supermercado e frentista, aconselha todas as mulheres a recomeçarem,
sempre que for necessário. E isso não deve ser diferente entre as que ainda
sonham em trabalhar dirigindo caminhão.
Assim como Deize, outras mulheres também encontraram no caminhão uma
chance de se reinventar. Verônica Frighetto, de 43 anos, por exemplo, foi
seguir a sua paixão pelos caminhões depois de priorizar os filhos. Há oito
anos como motorista, antes ela foi frentista, teve restaurante e operou
máquinas agrícolas quando morou no Mato Grosso. “Mas nada disso me realizava de fato, quando voltei para o Paraná, resolvi
realizar meu sonho”, lembra. “O mais importante é lembrar que nunca é tarde”, completa.