Scania NTG incendiado. Foto Focus |
Caminhoneiros também fazem paralisações em suas atividades. Evento aconteceu na última terça-feira (07)
Texto de Érico Rafael Pimenta. Editor-chefe do Midia Truck Brasil com informações de Focus On Transporte And Logistic e All Africa
Caminhoneiros sul-africanos realizaram na última terça-feira um protesto contra a contratação de motoristas imigrantes. Segundo os caminhoneiros, na África existe uma grande oferta de motoristas que são habilitados para a condução de caminhões, porém muitas empresas preferem dar oportunidades para imigrantes, deixando os motoristas africanos desempregados.
Ngcebo Ndlovu, porta-voz nacional da All Truck Drivers Foundation, disse à Groundup: "O governo é o culpado por essa situação de desemprego. Se reivindicássemos empregos ocupados por estrangeiros, todos os sul-africanos estariam empregados. O caso ainda é pior no setor de transporte rodoviário. indústria onde a maioria dos estrangeiros é empregada como motorista em troca de um salário baixo".
Na terça-feira, um grupo de motoristas que disseram ser membros da fundação se reuniu na parada de caminhões Swartkops em Port Elizabeth, onde impediram a saída de alguns caminhões, porém com a chegada da polícia ao local, os mesmos se dispensaram.
Um motorista imigrante que mora na Cidade do Cabo e trabalha para com o transporte de grão disse que só sairia da parada de caminhões após o término da greve. "A indústria de transporte na África do Sul é um dos setores mais perigosos onde as pessoas podem ser facilmente assassinadas. Meu gerente me telefonou e ordenou que eu ficasse aqui, e só voltasse para a estrada quando estiver tudo seguro. Não posso arriscar minha vida por causa desse trabalho".
Um cidadão sul-africano que só se identificou como Mandla disse que está desempregado há quase três anos. "Gastei muito dinheiro com minha carteira de motorista Código 14* (a categoria para dirigir caminhões na África é chamada de Código 14), mas só trabalhei por cinco meses antes que um estrangeiro assumisse o meu lugar. Estou com raiva porque estou dirigindo um jikeleza (táxi municipal) desde aquela época, um emprego feito por pessoas que não possuem carteira de motorista. Eu apoio a ação dos motoristas sul-africanos", disse Mandla.
Enquanto isso, organizações cívicas que lutam pelos direitos dos refugiados, requerentes de asilo e imigrantes condenaram a ação, dizendo que ela alimenta a xenofobia nas comunidades.
As organizações também estão em conversas com o governo e pedem o fim das ações.
O lado extremo
Além das manifestações e greves, alguns caminhoneiros e “apoiadores” estão chegando a pontos extremos onde estão colocando fogo em caminhões. Na noite do dia 8, quarta-feira, quatro caminhões foram incendiados na R59. Já próximo a cidade de Deep na N3 disparos com armas de fogos foram feitos contra os caminhões estacionados.